segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O INFERNO ASTRAL DE PASCAL

Foto: Revista Carros e Motores
Quando o jovem Pascal Wehrlein venceu o DTM, competição alemã de carros de turismo, a Mercedes rapidamente o contratou. Desde então, o piloto passou a constantemente participar dos testes da F1, seja pela própria flecha de prata, seja pela Force India. As expectativas em seu redor estavam grandes.

No ano passado, Pascal conseguiu sua primeira chance. Óbvio que a Manor não é o lugar dos sonhos de ninguém mas era o que tinha no momento, graças a um acordo dos alemães com a finada equipe inglesa, que envolveu a cessão dos motores e do piloto da Mercedes. Até então, seria uma oportunidade para ganhar quilometragem, experiência e maturidade em um ambiente tão hostil e competitivo que é a Fórmula 1, sobretudo para esses jovens pilotos oriundos das academias de pilotos das principais montadoras da categoria, como Ferrari, Red Bull, McLaren e Mercedes.

Pascal conseguiu alguns feitos interessantes e improváveis com a Manor, como passar para o Q2 dos treinos classificatórios em algumas oportunidades e ser o autor do único ponto da equipe na F1, feito que só o finado Bianchi conseguiu com a também finada Marussia, "pai" da Manor. Embora também tenha sido batido em alguns treinos pelo companheiro da Indonésia Rio Haryanto, Pascal justificava seu talento até então.

Foto: Motorsport
Até que a temporada europeia chegou, e com ela veio outro membro da academia da Mercedes: Esteban Ocon substituiu Haryanto. Dois prospectos das flechas de prata no mesmo carro, disputando território e futuros cockpits. Com meia temporada de experiência, teoricamente Pascal teria vantagem em relação ao francês. Entretanto, a disputa foi acirrada, e outras portas se abriram.

Com a inesperada ida de Hulkenberg para a Renault, a Force India ficou com uma vaga disponível. A dívida dos indianos com os alemães na questão do fornecimento do motor fez com que a Mercedes tivesse poder de barganha para colocar um de seus pupilos no assento do carro de 2017. Para a surpresa geral, Ocon, com poucas corridas na categoria, foi escolhido em detrimento do alemão. 

O que pode ter causado isso? A telemetria dos dois, que ninguém pode ver a não ser os próprios técnicos e engenheiros de Manor/Mercedes ou foi algo além, como a personalidade de Pascal, tema de várias especulações desde os tempos de DTM? Em um olhar mais distante, pode haver a impressão de uma "injustiça" com Pascal.

Foto: F1Fanatic
Outro fato mais inesperado ainda foi a aposentadoria relâmpago do recém campeão Nico Rosberg. Em uma teoria da conspiração, poderia se pensar que de surpreendente não foi nada e que estava tudo planejado para que Pascal assumisse a vaga da equipe principal, pois é o "piloto número um" da academia da Mercedes e, caso surgisse a oportunidade, era o nome natural a ser escolhido. Afinal, se não for Pascal, pra quê serve a tal academia de pilotos? O que parecia óbvio foi tomando ares de suspense. No fim, Toto Wolff escolheu seu protegido desde os tempos de Williams para substituir o campeão. Ambos possuem características parecidas, é verdade, e no fim foi uma decisão acertada. Um acumulador de pontos por outro, motivado e sedento por poles, vitórias e títulos. E, pela segunda vez em dois meses, Pascal ficou para trás.

Como prêmio de consolação pelo seu "desempenho" na Manor (ou seria o tal do temperamento/ telemetria), parou na Sauber, a pior equipe do grid, em um ambiente novo, onde os donos da equipe suíça são os suecos que bancam Ericsson. Vai ser mais difícil que Haryanto e Ocon (esse último não pela qualidade, mas pelas "preferências", se vocês me entenderem).


No mês passado, na grande brincadeira chamada Race Of Champions que foi realizada em Miami, a zica de Pascal tomou proporções piores (ou seria uma justificativa aos "nãos" que ele levou?): capotou o carro, que tinha um fã e bateu em Massa, que também levava um espectador. O resultado dessa brincadeira? Com dores no pescoço, Wehrlein está fora dos primeiros testes da pré-temporada pela sua nova equipe. 

Pascal: azarado, injustiçado ou simplesmente não está pronto para desafios maiores na F1 (ou as três opções)?

Por falar em pré-temporada, essa semana teremos os primeiros lançamentos dos carros. A Williams se antecipou e mostrou imagens do FW40 na sexta-feira. O modelo não se diferencia dos bólidos das últimas três temporadas. Hoje, foi a vez da Sauber lançar o C36, em comemoração aos seus 25 anos na F1. A equipe manteve o azul dos últimos dois anos, mas lembra muito a Carlin, sem o amarelo que representava o patrocínio do Banco do Brasil.

Aí estão as imagens. O resto, com o passar dos dias, irei atualizar aqui. 

CURTINHAS: A Mercedes renovou com Toto Wolff e Niki Lauda até 2020. Caso os alemães não consigam manter a hegemonia existente desde 2014, será que um (ou os dois) serão demitidos?

"A Sauber precisa melhorar", é o que diz a chefe Monisha. Talvez o primeiro passo para isso seja ela pedir demissão, talvez.

Até!

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução




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