quinta-feira, 8 de setembro de 2016

RITO DE PASSAGEM - Parte 2

Foto: AutoWeek
Dando prosseguimento as despedidas que simbolizam um novo momento para a Fórmula 1, hoje foi confirmada uma das grandes notícias da categoria na última década. A Liberty Media Corporation, conglomerado de empresas americanas da área de comunicação comandada por John Malone (entre elas o Discovery Communication, DirecTV e Starz, a rádio SiriusXM, o time de beisebol Atlanta Braves e porções do Time Warner e Viacom), anunciou a compra da F1, vinda de um consórcio dos principais acionistas do grupo CVC Capital Partners.

O negócio será feito da seguinte forma: No primeiro momento, o conglomerado americano comprou 18,7% das ações da CVC por US$ 746 milhões (R$ 2,3 bilhões) em dinheiro. O restante, que representa 35%, passarão para os novos donos apenas no primeiro quadrisemestre do ano que vem. A Liberty Media investirá US$ 4,4 bilhões e assumirá débitos de US$ 4,1 bilhões no negócio, totalizando em US$ 8,7 bilhões (R$ 27 bilhões) o negócio. Chase Carey, atual vice-presidente do estúdio de cinema 21st Century Fox, foi nomeado como Chairman, chefe do conselho de diretores, substituindo Peter-Brabeck-Letmathe, que ficou na função por três anos.

Bernie Ecclestone sinalizou que irá permanecer no cargo (Diretor Executivo da F1 e responsável pelos Direitos Comerciais da categoria) por mais três anos, até se aposentar com 89 anos em 2019. Bernie fará a transição da nova gestão da F1. Os americanos não estão acostumados com esse tipo de negócio e certamente irão necessitar da ajuda e dos conselhos do eterno chefão, até porque o conceito americano de automobilismo é completamente diferente do Europeu: Lá, o showbiz e a emoção são prioridade ao invés da tecnologia, tanto é que nas franquias esportivas é difícil termos hegemonias e grandes times, mesmo com muito dinheiro, ficam para trás.

Chase Carey, o novo chairman da F1. Foto: Getty Images
Bernie sempre teve fetiche pelo mercado americano, onde a F1 é superada pela Indy e a Nascar. Todo ano saíam especulações de circuitos de rua em Nova York, Las Vegas, Los Angeles, entre outros. É a junção do útil com o agradável: O desejo de Bernie em expandir seu negócios para os yankees e também para os americanos, que certamente irão experimentar novos caminhos de interações com os fãs e divulgação de conteúdos nas redes sociais, que Bernie odeia e não faz questão de trabalhar nessa área. Esses anos de consultoria serão importantes para situar os americanos, que a partir daí farão suas modificações na categoria.

Quando tudo estiver concluído, a Liberty Group Media assume controle do Formula One Group, porção de empresas responsáveis pela promoção do campeonato de F1 e os direitos comerciais da categoria. O consórcio liderado pela CVC manterá os 65% do grupo, terá lugar no conselho dos diretores, mas não terão mais o controle do capital votante, perdendo influência nas decisões. Na nova organização, Carey e Bernie que irão mandar.

De resto, só poderemos esperar para ver no que a F1 irá tanto como esporte, negócio, mídia, marketing e interação com os fãs. Entretanto, é inegável que o esporte está entrando em uma nova era. É a evolução. Se foi boa ou ruim, só poderemos saber daqui a alguns (longos) anos.










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